quarta-feira, 27 de abril de 2011

Trecho do livro "O prazer da filosofia" entre a razão e a paixão

        No século XX, Camus resume a questão em seu romance, A peste : "As pessoas morrem e não são felizes." Em obra anterior, ele resumira a sensibilidade moderna no "Absurdo", o reconhecimento de que, afinal, a vida não tem sentido, não há justiça, nossas orações não são atendidas, não há Deus que as escute. Em o Mito de Sísifo, Camus escreveu de modo pungente, embora um tanto obscuro:"Temos de aprender a viver sem apelo." Durante muitos anos não entendi o que ele quiz dizer, mas hoje acho que entendi. Já não considero que seja uma denegação de Deus apesar do ateismo professado por Camus. Na verdade, ele era um adimirador simpatizante de Agostinho. O que rejeitava, creio eu, era o uso de Deus para negar a tragédia, o absurdo. Fazê-lo disse Camus, é uma forma de suicídio filosófico. É como o que pretendia Nietzsche ao sugerir que vivêssemos sem juíso( embora obviamente o proprio Nietzsche falhasse nisso ). A vida é absurda, mas, ainda assim, temos de vivê-la e enfrentá-la juntos

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