terça-feira, 21 de maio de 2013

Santo Agostinho

Que amo eu, quando vos amo? Não amo a formosura corporal,nem a glória temporal, nem a claridade da luz, tão amiga desses meus olhos, nem as doces melodiasdas canções de todo o gênero, nem o suave cheiro das flores, dos perfumes e dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão flexíveis abraços da carne. Nada disto amo, quando amo o meu Deus. E contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um abraço, quando amo ao meu Deus, luz, voz, perfume, e abraço do homem interior, onde brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vendo não esparge, onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminuí onde se sente um contato que a sociedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus.
Quem é Deus?
Perguntei-o a terra e disse-me: "Eu não sou". E tudo o que nela existe respondeu-me o mesmo.
Interroguei o mar os abismos e os répteis animados e vivos e respondeu-me "Não somos o teu Deus;busca-o acima de nós". Perguntei aos ventos que sopram; e o ar,com os seus abitantes respondeu-me: "Anaxímedes está enganado; eu não sou o teu Deus ".Interroguei o céu, o sol, a lua as estrelas e disseram-me : "Nós também não somos o Deus que procuras". Disse todos os seres que me rodeiam as portas da carne: "Já que não sois meu Deus , falai-me de meu Deus, dizei-me almenos alguma coisa d'Ele. E exclamaram com alarido: Foi Ele quem nos criou".
A minha pergunta consistia em contemplá-las; a sia resposta era a sua beleza.
Dirigi-me então a mim mesmo, e perguntei-me: "E tu quem és?" "Um homem", respondi.
Servem-me um corpo e uma alma; o primeiro é exterior, a outra interior. Dessas duas substância a qual deveria eu perguntar quem é o meu Deus, que já tinha procurado com o corpo, desde a terra ao céu, até onde pude enviar, como mensageiros, os raios dos meus olhos? A parte interior que é a melhor. Na verdade é ela é que os mensageiros do corpo remetiam como a um presidente ou juiz a resposta do céu, da terra e de todas as coisas que neles existem, que diziam:"Não somos Deus; mas foi Ele quem nos criou". O homem interior conheceu essa verdade pelo ministério exterior. Ora eu homem interior - alma - eu conheci-a também pelos sentidos do corpo. Perguntei pelo meu Deus a massa do Universo , e respondeu-me: "Não sou ; mas foi ele quem me criou". (..........................)
(...) Ora a verdade diz-me:"O teu Deus não é o céu, nem a terra, nem corpo algum". E a natureza deles exclama:"Repara que a matéria é menor na parte que no todo". Por isso te digo ó minha alma, que és superior ao corpo, porque vivificas a matéria do teu corpo, dando-lhes vida, o que nenhum corpo pode fazer o outro corpo. Além disso, teu Deus é também para ti vida da tua vida .

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