quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Trecho de livro ....

Jen-Jasques Rousseau esquematizou o balanço definitivo da civilização e da barbárie no final do Iluminismo. originalmente nativo da Genebra republicana e suposto amante da liberdade política (Em 1762 publicou O contrato social), Rousseau atacou quase todos os aspectos "progressistas" de seu século.
Tudo que seus antecessores elogiaram no progresso civilizador Rousseau submeteu a uma severa análise crítica. O refinamento nas artes e na ciência a polidez nas relações sociais, o comércio e o governo moderno não estavam melhorando os padrões morais dos homens, proclamou Rousseau, mas tornando-os cada vez piores. Luxo, ganância, vaidade, egoísmo, interesse particular eram todos grandes derivados da civilização. "O homem nasceu livre", afirma a primeira frase do Contrato social, "e por toda a parte encontra-se os ferros" _ as correntes impostas pela sociedade civil.
Rousseau inverteu os pólos da civilização e da barbárie. Suas exaltações ao homem primitivo, o "noble suvage" (homem selvagem) que vive em tranquila harmonia com a natureza e com os outros seres humanos seus companheiros denotavam reprovação a seus refinados contemporâneos parisienses. Mas significavam também uma censura a ideia de progresso na história  "Todo o progresso subsequente representou muitas etapas aparentemente em direção ao crescimento individual", escreveu, "Mas muitas levaram, na realidade, ao enfraquecimento da espécie." A posse da propriedade deu origem à competição e à exploração; a complexa interação social motivou a arrogância e a inveja. As artes fizeram o homem suave e afeminado. Os seres humanos se tornam fisicamente débeis, infelizes e muito nervosos. E o pior de tudo, o progresso da sociedade civil não trouxe a liberdade política, mas seu oposto. Ele "destruiu definitivamente a liberdade natural, estabeleceu para todo o sempre a lei da propriedade e da desigualdade (..) e, e para o bem de algumas pessoas ambiciosas, submeteu desde então a raça humana ao trabalho,à servidão e à escravidão".
E ele concluiu o ensaio anterior com essa irônica prece:" Deus todo poderoso, liberte-nos do iluminismo e devolva-nos a ignorância, a pureza e a pobreza".


Rousseau foi o primeiro grande crítico do capitalismo e profeta do fracasso da sociedade civil

2 comentários:

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