quinta-feira, 13 de setembro de 2012


Desconstruções...

Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma.

É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso.

Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo.

No final, sobreviverão as boas lembranças.

Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco.

Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir,que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia.

Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial.

Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.

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