segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nietzsche para estressados / Allan Percy
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Ninguém é tão louco que não possa encontrar outro louco que o entenda

EM UM ARTIGO DEDICADO à sincronicidade – a teoria das casualidades exposta por Jung –, existe uma citação de Ernesto Sábato para explicar que as coincidências têm mais a ver com a afinidade do que com uma obscura lógica da sorte. Vamos tomar como exemplo dois amigos que conviveram por muito tempo mas se separaram ao irem morar em países diferentes. Por mais estranho que pareça, eles terão grande possibilidade de se reencontrar em qualquer lugar do mundo que visitem.
E isso acontece por uma razão muito simples: se eles têm
gostos e hábitos parecidos, não é improvável escolherem viajar
para a mesma cidade – Tóquio, por exemplo – na mesma época
do ano. Uma vez ali, como os dois têm referências parecidas, irão
aos mesmos lugares, no mesmo período do dia.
Quando, após anos sem se ver, se encontram de repente em
uma livraria para estrangeiros no bairro de Ginza, os dois dizem:
“Que coincidência!” Mas, na verdade, não poderia ter sido de
outra forma.
Por outro lado, como diz Sábato, duas pessoas muito diferentes
podem viver uma ao lado da outra e não se encontrarem
nunca, nem mesmo na própria rua.

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