Trecho de livro de Sorem Kierkegaard

Ser Pastor ( Profissão )

(......) Como é possível que uma vida humana seja a tal ponto a espiritual que parece que o cristianismo se lhe torne inaplicável, como um macaco de que não podemos utilizar-nos _ e o cristianismo levanta tal como um macaco_ quando em vez de terra firme, só há pântanos e charcos ? Constituir-se à numa fatalidade que é preciso suportar? Não é da própria culpa do homem. Ninguém nasce a espiritual. Por mais numerosos que sejam aqueles que a hora da morte, nada mais levem como resultado da sua vida... não é por culpa da vida. Podemos dizer sem hesitar, essa pretensa sociedade cristãs  _ na qual aos milhões as pessoas são cristãs como se nada fosse, de modo que se contam, exatamente, tantos cristãos quantos nascidos há _ não é apenas uma mesquinha edição do cristianismo, crivados de gralhas extravagantes e de vazios ou acrescentos ineptos, constitui até um  abuso em relação a ele. Profana –o se num pequeno país talvez só turba excede os empregos. A propósito de um poeta, fala –se em vocação, mas aos olhos de um cem números de pessoas  _ cristãos, portanto! _ basta um exame para ser pastor. E contudo, um verdadeiro pastor é um acaso ainda mais raro que um verdadeiro poeta, e no entanto a palavra “vocação” é ordinariamente do domínio da religião. Todavia se se trata de ser poeta nem por isso a sociedade deixa de ter apego à vocação, a ver nela grandeza. Contrariamente, para a multidão_ cristãos portanto! _ privada de qualquer idéia que eleve, ser pastor é, sem o mistério um ganha pão. (...)

(...) Seria necessário então que os pastores fossem pelo menos crentes! E crentes que creiam! (...)